Como deixar o próprio etarismo de lado?

A geriatra Roberta França, pós-graduada em Psiquiatria, analisa:
“É complicado envelhecer em um país que cultua a juventude eterna, o novo, o que acabou de lançar. As pessoas se tornam descartáveis como um objeto, um aparelho de tecnologia. Em muitos setores profissionais, alguém de 50 anos é tido como 'velho' para o mercado de trabalho. As experiências acumuladas são pouco valorizadas. Isso, especialmente para as mulheres, é muito impositivo. É como se não pudéssemos envelhecer. É o reflexo de uma sociedade que preza muito mais pela estética do que pela história."
Por que, à medida que vão envelhecendo e atingindo certos marcos de idade (como, por exemplo, 40 ou 50 anos), tantas mulheres passam a impor certas regras a si mesmas sobre o modo de agir, de se vestir e às vezes até de pensar? Delicada, a questão do etarismo tem a ver com autoestima e autoconhecimento, sim, mas também sofre influência de fatores socioculturais.
Nós envelhecemos, isso é fato. Mas o que isso diz respeito ao modo que nos vestimos, falamos e agimos? Enquanto homens vivenciam o “auge da vida” e escutam coisas como “esvelheceu como vinho”, nós, mulheres, só recebemos mais proibições sem fundamentos e olhares de desprezo.
COISAS QUE NÃO TEM PRAZO DE VALIDADE: roupas, cabelos, estudos, estilos de vida, diversão, pessoas.
Artigo da Heloísa Noronha para Universa Uol, e também a nossa reflexão sobre.